Eles seguem-me, mas eu não faço puto de ideia para onde estou a ir...

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Um Paraiso no inferno



Acabámos o livro Um Paraíso no Inferno da minha querida amiga Laura Alho

O teu livro foi assim: puz-me a ler o livro aos bocados, devagarinho, e sem usar marcador de páginas. E volta e meia, ah deve ter sido aqui que fiquei, não li esta, e ao chegar ao fim, afinal até tinha lido, que estranho, não me lembro de nada disto. Pois que as personagens se re-inventam no nosso imaginário de cada vez que lemos.
A capa do livro estendeu-me a mão e pergunta queres vir?. Aceite o convite, demos a mão na primeira página e acompanhamo-nos por bons bocadinhos. E depois... bom, depois dei por mim sózinha e às escuras, alumiada pela luz dos meus medos, a sós com a pessoa que sou cá dentro. O teu livro não conta uma história. O teu livro faz-me recordar histórias. Histórias que não conseguimos pôr em palavras, que andam acima abaixo, arrepiam a espinha, e ás vezes fazem doer. Fazem doer a sério. Mas quando fechas o livro já não és a mesma que o abriu: és um bocadinho mais. Um bocadinho mais tu.
Começar o teu livro é assim como que debruçar-nos sobre a toca do coelho na árvore da Alice de Lewis Carrol, e depois cair, desamparadamente e sem tempo. E a Laura Alho aqui é o gato de Sheshire, presente mas invisível, que nos atira com um enigma e pronto. E a resposta a esse enigma está sempre dentro de nós, cabe-nos a nós descobri-la. E com a tua escrita e os olhos da alma bem abertos, descobrimos.
Este livro é eu. Eu escarrapachada ou escondida nas letras. E acabei-o com um sorriso, esse sorriso de alma tão raro em mim. O que é bom, é tão bom que só pode ser pecado.

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